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Pesquisadora americana fala sobre os efeitos da meditação

Sara Lazar

As últimas pesquisas sobre meditação feitas pela neurocientista americana Sara Lazar demonstram aumento da massa cerebral devido à utilização desta técnica.

A neurocientista americana medita desde 1994 e é pioneira no uso de imagens da atividade cerebral para investigar os efeitos.

Em 2011, seu grupo publicou estudo mostrando que oito semanas de meditação são capazes de aumentar a massa cinzenta em certas regiões do cérebro, mesmo em pessoas sem experiência anterior.

Abaixo separamos duas entrevistas dadas pela pesquisadora. Boa leitura!

Ao Jornal Folha de São Paulo ela falou sobre sua pesquisa:

Folha – Quanto tempo é preciso meditar para ter algum resultado?

Sara Lazar – No estudo (de um programa de oito semanas), os indivíduos foram orientados a praticar 40 minutos por dia, todos os dias. Algumas pessoas fizeram isso, mas outras praticavam menos tempo. A média foi de 27 minutos por dia. Não se sabe qual é o tempo mínimo para que se tenham mudanças no cérebro. Outros pesquisadores descobriram que até 10 minutos diários podem ser úteis.

Folha – Esse seu estudo mostrou que há um aumento de massa cinzenta. Como isso acontece?

Sara Lazar – Não sabemos exatamente. Quando alterações semelhantes acontecem, três tipos de mudanças cerebrais podem ser detectadas. Primeiro, há mais conexões entre os neurônios. Em segundo lugar, pode haver mais vasos sanguíneos ou um aumento no diâmetro dos vasos nas áreas afetadas. Finalmente, pode haver um aumento das “células auxiliares”, tais como as células gliais (dão suporte aos neurônios). Há um aumento da atividade cerebral.

Folha – É como se a pessoa exercitasse o cérebro meditando?

Sara Lazar – De forma coloquial, sim.

Folha – O aumento de volume em áreas do cérebro está ligado a mudanças comportamentais?

Sara Lazar – É outra coisa que não sabemos. A questão agora é entender o que essa mudança na massa cinzenta significa. Estamos fazendo outro estudo. Já sabemos que alterações na amígdala são relacionadas com redução do estresse.

Folha – O relaxamento obtido com a meditação teria o efeito de uma boa noite de sono?

Sara Lazar – Há semelhanças, mas não é a mesma coisa. O sono não produz alteração no cérebro, não melhora estresse, a ansiedade ou a depressão.

Em entrevista à Brigid Schulte do jornal The Washington Post, Lara relatou outros detalhes da pesquisa

Brigid – Como você fez essa pesquisa?

Sara Lazar – O Primeiro estudo avaliou meditadores de longa data versus um grupo controle. Descobrimos que os meditadores de longa data tem a massa cinzenta aumentada na região da ínsula e regiões sensoriais do córtex auditivo e o sensorial. O que faz sentido. Quando você tem atenção plena, você está prestando atenção à sua respiração, aos sons, a experiência do momento presente, e fechando as portas da cognição. É lógico que seus sentidos sejam ampliados.

Também descobrimos que eles tem mais massa cinzenta no córtex frontal, o que é associado à memória de trabalho e a tomada de decisões administrativas.

Já está provado que nosso córtex encolhe à medida que envelhecemos – se torna mais difícil entender as coisas e se lembrar das coisas. Mas nessa região do córtex pré-frontal, meditadores com 50 anos de idade tinham a mesma quantidade de massa cinzenta que pessoas de 25 anos.

Então a primeira pergunta foi, bem, talvez as pessoas com mais massa cinzenta no estudo já tivessem mais massa cinzenta antes de terem começado a meditar. Então fizemos um segundo estudo.

Pegamos pessoas que nunca tinham meditado antes, e colocamos um grupo deles em um programa de oito semanas de atenção plena com foco na redução de estresse.

Brigid – O que você descobriu?

Sara Lazar – Descobrimos diferenças no volume do cérebro depois de oito semanas em cinco regiões diferentes dos cérebros dos dois grupos. No grupo que aprendeu meditação, encontramos um aumento do volume em quatro regiões:

A diferença principal encontramos no giro cingulado posterior, o qual está relacionado às lembranças e auto-regulação.

O hipocampo da esquerda, o qual dá suporte ao aprendizado, cognição, memória e regulação emocional.

A junção temporoparietal, ou JTP, à qual está associada a tomada de decisões, empatia e compaixão.

Uma área do tronco do cérebro chamada de Ponte, onde muitos neurotransmissores reguladores são produzidos.

A amigdala, a parte do cérebro responsável pelo instinto de ataque ou fuga, e que é importante nos aspectos da ansiedade, medo e estresse em geral. Essa área ficou menor no grupo que participou do programa de oito semanas de atenção plena com foco na redução de estresse.

A alteração na amigdala também foi associada a uma redução nos níveis de estresse.

Fontes: Matérial elaborado com base em conteúdo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo e pela escritora Brigid Schulte do jornal The Washington Post.

 

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